quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Voando para a Austrália

Cheguei um pouco antes do Natal e meu corpo está começando a se acostumar só agora depois de uma semana intensa e tensa.
Minha primeira impressão da janela do avião chegando em Perth foi: O que eu estou fazendo aqui?!
Durante a viagem eu simplesmente não entendia o inglês das aeromoças africanas, "so hard". No primeiro vôo eu fiquei aninhada no meio daquele avião com um casal do meu lado direito e um cara troncudo do lado esquerdo. Fiquei aliviada por horas porque tinha ido ao banheiro assim que havia entrado no avião, duas horas e meia antes de aterrissar em Johannesburg, chega novamente a hora de ir ao banheiro, escapei enquanto o casal se levantou para esticar as pernas, mas quando voltei não teve jeito, eles nem tencionaram levantar-se e me dar passagem, o cara brasileiro só me deu o aval: "Pode pular, pula!"... que situação!
Nesses casos atente-se na hora do check-in e escolha o assento, mesmo se a mulher for mais rápida que você, peça para ela tirar o bilhete novamente.
A viagem até Johannerburg dura exatamente oito horas e cinquenta e cinco minutos, e o avião fica lotado, e o jeito é se contorcer naquela poltrona apertada o resto da viagem, se alimentar com qualquer comida que chegue até você, pois eu não conseguia nem entender quais eram os tipos de pratos que estavam sendo servidos. Eu simplesmente não entendia aquele inglês africano e eles sempre estavam de cara feia para mim.
Parar na África foi fantástico. Meu primeiro contato internacional.
Tive que fazer check-in novamente onde conheci dois brasileiros, um geólogo que estava vindo visitar a mulher e um jovem que veio visitar o pai que mora na Austrália.
Fiz uma rápida parada no banheiro e comecei a conversar com uma africana que limpava o banheiro e fiqueitoda etusiamada porque eu estava conseguindo me comunicar com aquela africana toda feliz por eu ter mencionado que era brasileira, mencionamos sobre a copa, até que no bye bye, merry christmas e happy new year ela vira para mim, e faz um gesto com as mãos tipo: "E o dinheiro?"
Fiquei cho-ca-da, fazer amizade no Brasil normalmente é de graça, aqui é preciso pagar?
Bem, eu ficaria doida lá de qualquer forma, a arte africana é algo incrível, parei em uma big loja na conexão e adquiri duas máscaras e uma canga. Eu e os dois brasileiros ficamos fazendo hora no aeroporto até pegarmos o próximo vôo.
Chegada a hora, eles abriram uma bancada e organizaram uma fila para nos revistar, sem medo de ser feliz entreguei-lhes a minha mochila e logo ao ver que eu era brasileira o africano ficou todo feliz e começou com um mini interrogatório sobre de que cidade eu era e outras coisas, ele viu que eu carregava um pandeiro e quase não se conteve de emoção...ele simplesmente deixou passar a revista logo de início....adoooro! Simplesmente por que eles adoram brasileiros.
Sentei na janelinha no segundo vôo, com o assento ao lado vago...MMmm, bem melhor!
Então pude ver Perth se aproximando no final das outras nove horas e meia de viagem, uma cidade de tamanho médio que dá para ver nitidamente onde termina, com suas casas bem demarcadas, uma paisagem plana com algumas montanhas ao fundo que eles aqui chamam de Hills.
Ainda no avião distribuíram uma ficha para preencher e uma das perguntas era: Você esteve na América do Sul ou na África até 5 dias atrás?
Bem, eu não tenho cara de que vou soltar uma bomba ou vou trazer muambas, apesar de eu ter uma mala cheinha de presentes, revistaram minha bolsa de mão (mochila) duas vezes, tive que mostrar minha vacina contra febre-amarela, mas as minhas duas malas com roupa e presentes passou direto no raio X.
Acho que eles simplesmente desistiam de mim, porque eu sorria e dizia, "Sorry, what you say?" hahaha...totalmente errado!!!
Aflita por aquele momento...
Gastei um dia para chegar e finalmente eu puder ver ele esperando por mim no Hall de desembarque, barbudo e lindo.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Correria

Está muito, mas muito dificil escrever, parece que meu tempo está encurtando assim como a costureira encurta minhas roupas, como se eu brincasse de esconde-esconde com meus sapatos, e gastando todas as minhas energias no pega-pega das promoções de final de ano, tentando enfiar na mala um pouquinho de Brasil.
Parece que nunca me canso de fazer festas de despedidas com os amigos para ficar por 3 meses fora.
Estou ficando doida e fazendo tudo ao mesmo tempo, a minha listinha mental virou uma listagem na última folha do meu bloquinho novinho que comprei pra tentar me organizar. E quem disse que eu consigo?!
Cada minuto que passa eu me lembro de mais itens, e o meu tempo se prolonga nisso, vou contando o tempo em minutos, batendo o pé com os segundos marcando o passo a passo do meu dia.
Essa semana está sendo meu check up geral, os dias em que tudo dá certo e que na mesma proporção dá errado.
Não sou a melhor viajante, quero levar todo tipo de tranqueira, ate mascáras de carnaval estou enfiando na mala. Posso levar apenas duas malas de 32kg e uma de mão. Será que minha casa cabe?!
Praticamente é ela que eu gostaria de levar, eu estou tentando praticar o desapego...mas são tantos presentes.
As vezes penso que ter escolhido chegar antes do Natal não tenha sido uma idéia muito econômica.
De qualquer forma consegui lembrancinha pra todo mundo e não é da loja de R$1,99.
Até pareço grávida esses dias, desejo de comer açaí, pastel, tomar garapa e me empanturrar de paçoquinha!
Vou fazer mais uma despedida neste final de semana e pretendo ainda arranjar tempo para ter uma aula de culinária com a minha avó para fazer cajuzinho e pão de queijo. Hummm!

Nunca pensei que ir morar na praia poderia me causar problemas em decidir que tipo de biquini brasileiro devo levar, se eu deveria levar sandália ou só simples havaianas e a depilação , eu fico noiada pensando em depilação, biquinis e havaianas.
Por fim acho que eu tento cobrir minha ansiedade, não parando um só segundo.

Quando eu finalmente chegar por aquelas bandas terei...talvez, mais tempo para escrever...

Hasta la vista baby!